quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Biblioteca Pública Pelotense
sábado, 11 de julho de 2009
Santa Teresa de Ávila
domingo, 28 de junho de 2009
Magia

sábado, 27 de junho de 2009
Arraial D'Ajuda
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terça-feira, 9 de junho de 2009
Entardecer em Trancoso
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Festa no céu

Eles estavam lá. Meus olhos curiosos na verdade não os via, mas eu sabia que eles estavam lá, entre as nuvens, pendurados no céu, muito perto do sol que derramava no campo fartas gotas de mel. Entre os anjos um anjo maior feito de rijo caule, e folhas que se desfaziam em miríades de luzes piscando como vaga-lumes. Era uma festa para a qual eu me sentia convidado. Sei que se fizesse um esforço juntar-me-ia ao exército angelical. Era o que minha mãe dizia, entregue à lida da casa. Um esforço, filho, apenas um simples esforço fará com que estejas bem perto deles. Mas não. Eu queria ficar na terra, no campo perfumado de mel, vendo-os entre fiapos de nuvens. Eles lá eu aqui na terra muito humano e pecador. Bastava-me vê-los, saber de sua existência. De súbito punha-me a correr sem destino pelo campo, sentindo o vento fustigar o rosto. Correr; eu queria correr muito em direção ao infinito. Assim eu comprendia a vida.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Arroio Pelotas

Foram-se os anos e ficou a lembrança dos banhos no Arroio Pelotas. Nas tardes quentes de verão, quatro ou cinco moleques nadavam na sossegada água, entregues às recordações do tempo dos escravos que por ali viviam, envolvidos na labuta das charqueadas. De quando em quando ouvíamos, trazidos pelo vento, sons de gemidos, gritos, oriundos do mato próximo. Nossa pele ficava eriçada, olhar arregalado. Logo a gritaria recomeçava, mas nosso olhar, de quando em quando, alongava-se em direção aos bosques próximos, na esperança de vermos fantasmas enegrecidos caminhando às margens do arroio.
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Charqueada São João

Comovem-me os /Quintais arborizados/Cujo sol por entre galhos /Entra jogando favos de mel/ À terra úmida/ À terra fértil /Quintais descortinando /Céus de rútilo azul /Onde pipas coloridas /Traçam volutas /Mágicas geometrias /Que se fazem pássaros /Átomos /Comovem-me/Quintais arborizados /Cujas sementes avivam-se /Em veias escuras se /Transformam /E se colorem /E se embriagam de /Seiva /Prana /Comovem-me a vida /Dos quintais sem cerca /Meio a bruma /Achados /Exalando no bem perto /No bem longe /Cheiros de noite/Perfumes de dia
sábado, 30 de maio de 2009
Assombração
sexta-feira, 29 de maio de 2009
A Casa de Deus

Desde sempre eu soube que Deus faz pouco caso do tamanho de Sua Casa. Pode ser majestoso templo, imponente como a Catedral de Burgos, na Espanha, ou pequena capela que se confunde com a vegetação, com o mato. Tanto faz. Sua presença é forte, reveladora, em ambas. Cabe a nós entendermos Sua mensagem e dela fazermos o melhor proveito. Mistério é mistério, seja na Basílica de São Pedro ou em diminuto templo de pau-a-pique.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
O Padroeiro
quarta-feira, 27 de maio de 2009
A Grande Mãe

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segunda-feira, 25 de maio de 2009
Nossa Senhora Aparecida

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Conheci há muitos anos atrás, na Bahia, mais exatamente em Porto Seguro, um velho pescador de nome Antão. Certa manhã, rútilo sol nascendo das entranhas do mar, falou-me de uma "visagem". Estava saindo de seu barraco, despedindo-se da mulher, quando, à margem do oceano, vislumbrou a Santa. Estava lá, imponente, soberana, protegendo os pescadores que se aventuravam em direção ao mar revolto. Seus olhos verteram lágrimas e, sorrindo, beijou a face de Toninha e foi-se meio trêmulo, porém feliz e seguro.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
A pescaria de Deus

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O grande sonho

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Quando menino costumava deitar-me de costas no chão e ficar admirando o céu. Observava a caravana de nuvens, imaginando-as figuras de animais. Dragões, elevantes, girafas e etc., disparavam rumo ao horizonte. Permanecia horas assim, até a noite chegar deitando um lençol cravejado de diamantes sobre a vila, sossegando-a. Era hora de voltar para casa, jantar e inventar outras brincadeiras. A mais divertida era olhar o jogo de luz e sombra que o lampião a querosene realizava nas paredes. Muitos de meus personagens, embora disso eu não soubesse, foram "criados" nessas noites tranqüilas, ouvidos atentos aos estalos da madeira do chalé, sussurrando com as sombras.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Ascese

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Há muitos anos, caminhando pelo campo, enxerguei pequena capela boiando na manhã recém parida. Jamais fui religioso, ainda que minhas telas desmintam tal assertiva. Entretanto, por uma questão atávica, fico emocionado diante de pequenas capelas, deixando-me invadir por seu misterioso silêncio.
Revoada de anjos

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Seguidores
Quem sou eu
- Manoel Soares Magalhães
- Manoel Soares Magalhães, 54 anos, é pelotense. Jornalista, escritor e pintor naïf, tem cinco livros publicados: Guerra Silenciosa – livro-reportagem; Dois Textos Marginais – contos; O Abismo na Gaveta – romance; O Homem que Brigava com Deus – romance; Vampiros - romance. Magalhães também é autor teatral e roteirista de cinema. Em 1982 ganhou o Prêmio João Simões Lopes Neto – gênero teatro, e em 2005, no mesmo Prêmio – gênero contos, foi finalista com o conto A Mosca, publicado na antologia de Contos João Simões Lopes Neto. Atualmente, além de escrever, prepara exposição de arte, pintando as charqueadas e os casarões de Pelotas no estilo naïf (primitivo). Como jornalista trabalhou no Diário Popular, Pelotas; no Diário Catarinense, Florianópolis; e Correio Braziliense, Brasília. Viajou pelo país como free-lance, vendendo reportagens para vários jornais brasileiros.