terça-feira, 9 de junho de 2009

Entardecer em Trancoso


ast - 19x27
Quando cheguei em Trancoso, sul da Bahia, no final dos anos 80, não imaginava a beleza do lugar. Na época o pequeno lugarejo de pescadores, perto de Porto Seguro, não tinha a fama que tem hoje, parada obrigatória de gente famosa. Lembro que o sol mergulhava no mar, tingindo-o de laranja, cenário de tirar o fôlego. Fiquei parado à porta da pousada, negando-me a perder o espetáculo. Querendo mais, larguei a mochila no chão, e fui em direção ao mar. Àquela hora os pescadores voltavam da pescaria, recolhendo redes e o resultado da pesca. Cenário para grudar na retina e jamais soltar-se. Não satisfeito, entrei na água morna, com ímpetos de mergulhar como estava, de tênis e calça. E foi o que fiz. Mergulhei. Afundei-me nas ondas quentes, deixando-me levar, fitando as primeiras estrelas fincadas no azul sombrio. Agora, vendo o inverno enveredar casa adentro, feito sombra que se alonga, a lembrança daquele longínquo banho em Trancoso me aquece corpo e alma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores



Quem sou eu

Minha foto
Manoel Soares Magalhães, 54 anos, é pelotense. Jornalista, escritor e pintor naïf, tem cinco livros publicados: Guerra Silenciosa – livro-reportagem; Dois Textos Marginais – contos; O Abismo na Gaveta – romance; O Homem que Brigava com Deus – romance; Vampiros - romance. Magalhães também é autor teatral e roteirista de cinema. Em 1982 ganhou o Prêmio João Simões Lopes Neto – gênero teatro, e em 2005, no mesmo Prêmio – gênero contos, foi finalista com o conto A Mosca, publicado na antologia de Contos João Simões Lopes Neto. Atualmente, além de escrever, prepara exposição de arte, pintando as charqueadas e os casarões de Pelotas no estilo naïf (primitivo). Como jornalista trabalhou no Diário Popular, Pelotas; no Diário Catarinense, Florianópolis; e Correio Braziliense, Brasília. Viajou pelo país como free-lance, vendendo reportagens para vários jornais brasileiros.