Em menino as imagens sacras me assustavam. Ao adentrar as igrejas, independentemente do seu tamanho, logo minha atenção recaia sobre os santos e santas. Vasculhava seus respectivos olhares e, temeroso, logo afastava meu olhar, temendo enc0ntrar neles resquícios de punições. Ao deixar a igreja ou capela, prometia a mim mesmo não mais nelas entrar. Entretanto, atração maior me levava a elas. Como ocorre ainda hoje. Sempre que posso entro numa igreja, sento-me a um banco e me deixo ficar quieto, observando. Meu olhar corre atrás da "santarada", procurando devassar os mistérios, ocultos na quietude dos olhos, na profunda e inquietante imobilidade dos altares.
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