quarta-feira, 27 de maio de 2009

A Grande Mãe



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Em minhas caminhadas pelo campo, bloco de desenho à mão, atenção redobrada ao cenário, esgarçando o olhar em todas as direções, muitas vezes em imaginação vislumbrei imagens suspensas. Entre fiapos de nuvens surgiam imagens de anjos, igrejas grandes e pequenas. A Grande Mãe é uma dessas representações concebidas durante caminhada no campo. Não me perguntem como elas surgem, pois não saberia lhes dizer. A arte naïf, enfim, permite a edificação de mundos coloridos onde tudo é possível, inclusive o trânsito da terra ao céu, num encontro de humanos e entidades divinais. O homem, em sua caminhada terrena, que não é nada fácil, sempre almejou contatos sobrenaturais. Não é por outra razão que se mantém atento ao céu na expectativa de que, entre nuvens, um milagre se realize. Se na vida real isso nos parece impossível, a arte primitiva o realiza plenamente.

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Quem sou eu

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Manoel Soares Magalhães, 54 anos, é pelotense. Jornalista, escritor e pintor naïf, tem cinco livros publicados: Guerra Silenciosa – livro-reportagem; Dois Textos Marginais – contos; O Abismo na Gaveta – romance; O Homem que Brigava com Deus – romance; Vampiros - romance. Magalhães também é autor teatral e roteirista de cinema. Em 1982 ganhou o Prêmio João Simões Lopes Neto – gênero teatro, e em 2005, no mesmo Prêmio – gênero contos, foi finalista com o conto A Mosca, publicado na antologia de Contos João Simões Lopes Neto. Atualmente, além de escrever, prepara exposição de arte, pintando as charqueadas e os casarões de Pelotas no estilo naïf (primitivo). Como jornalista trabalhou no Diário Popular, Pelotas; no Diário Catarinense, Florianópolis; e Correio Braziliense, Brasília. Viajou pelo país como free-lance, vendendo reportagens para vários jornais brasileiros.